domingo, 20 de dezembro de 2009

SAIBA MAIS ... AQUI TEM TUDO DE BOM... A INFORMAÇÃO CHEGA NA HORA CERTA

PEDAGOGIA DA AUTORIA

Especialistas em educação são unânimes em reconhecer que as novas tecnologias da informação e da comunicação revolucionaram a educação a distância, possibilitando interações que abrem caminho para processos educacionais com elevado padrão de qualidade e que se refletem na educação presencial, dando-lhe uma nova dinâmica. Podemos considerar que evoluímos quando não adjetivarmos mais a educação com presença ou distância e soubermos integrar harmoniosamente espaços e tempos de aprendizagem, trabalho individual e colaborativo, a produção de textos,sons e imagens. Trata-se de aprender de forma intencional, profunda e ética, valorizando os sujeitos – educadores e alunos. Para vencer esse desafio sempre adiado de valorização dos sujeitos, posto há muito por grandes educadores, o texto propõe a pedagogia da autoria, partindo do programa TV Escola e do curso Mídias na Educação, mas indicando sua relevância em todos os processos educacionais, inclusive na formação profissional.

1. EDUCAR EM UM MUNDO SEM DISTÂNCIAS

O final do século XX mudou definitivamente a educação a distância. As tecnologias da informação e da comunicação – TICs – trouxeram contribuições essenciais ao processo de educar e educar-se a distância, especialmente ao possibilitar interações síncronas e assíncronas de alunos e tutores (professores ou orientadores, dependendo do projeto) e de alunos entre si, prática que favorece o trabalho colaborativo.
Em decorrência dessas interações, todo o processo educacional passou a exigir revisão de paradigmas: planejamento, gestão, profissionais multidisciplinares, materiais didáticos, infra- estrutura, avaliações, relação tutor/ alunos, arquitetura da escola, investimentos. Todos os componentes da educação vêm sendo aperfeiçoados na perspectiva de colocar o aprendiz no centro do projeto educacional.
Na educação a distância contemporânea, a busca pela qualidade repele a massificação que caracterizou os cursos por correspondência de décadas passadas e investe em um atendimento mais personalizado, capaz de valorizar as múltiplas inteligências do ser humano.
Mas não foi só a educação a distância que mudou. A inserção das TICs na escolas – assim como em hospitais, empresas, bancos, supermercados, fábricas e em todas as atividades humanas – revigora a forma como se faz educação presencial. De fato, técnicas e metodologias de educação a distância passam a ser incorporadas ao dia-a-dia da escola, anunciando uma outra evolução: a integração entre presença e distância. Assim, derrubam-se as
fronteiras físicas da escola, abrem-se caminhos para novas fontes de pesquisa e conhecimento, ampliam-se os espaços educacionais, combinam-se momentos presenciais com virtuais, renova- se o papel de professores e gestores comprometidos com a concretização de uma educação contextualizada e de qualidade.
Nesse cenário e com o aumento do uso das redes, de equipamentos como as web-cams e de possibilidades de encontros síncronos, nota-se um esgotamento da expressão “educação a distância”.
Em alguns países, a denominação educação a distância está sendo abolida, para representar um projeto educacional mediado por tecnologias em que as interações ora são presenciais, ora a distância: na Suécia, é educação flexível, na Inglaterra, educação combinada; na China, educação móvel.
A verdadeira evolução será quando não for preciso adjetivar a educação com presencial ou a distância: simplesmente educação. Infelizmente, o Brasil não está pronto para essa evolução: ainda discutimos legislação específica para EAD; ainda há perguntas sobre quanto deve ser o percentual para um curso ser considerado a distância ou presencial; ainda há dúvidas, mesmo em universidades, sobre haver ou não qualidade em um curso a distância; ainda são escassos e espasmódicos os investimentos em infra-estrutura tecnológica nas instituições públicas; as licenciaturas continuam diplomando professores sem domínio de diferentes linguagens e tecnologias; ainda não conseguimos sensibilizar as agências reguladoras e as empresas de telecomunicações para a importância de tarifas diferenciadas, o mais possível próximo de zero, para a área de educação; ainda falta aos estudantes a cultura de estudar de modo autônomo, independente e responsável; ainda não temos um laboratório em cada escola pública quanto mais computadores em cada sala de aula...
Nada disso, no entanto, deve ser motivo para desânimo. O panorama no país mostra experiências animadoras em educação básica, técnica, tecnológica, graduação, pós-graduação e corporativa, em instituições públicas e privadas.
A comparação entre o que há para ser feito e os bons resultados já alcançados deve motivar o país a definir políticas públicas para vencer desafios. E os principais desafios são:
(1) a universalização da educação básica e a expansão da educação superior; (2) a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes salário, formação continuada e condições de trabalho; (3) a adoção de modelos pedagógicos que efetivamente coloquem o aluno como foco da aprendizagem, garantindo elevado padrão de qualidade em todos os níveis, modalidades e etapas e (4) a democratização do acesso às tecnologias nas escolas, na perspectiva da inclusão digital da população1.

Carmen Moreira de Castro Neves - EDIÇÃO: OSANA S. P. FONSECA -

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